Proximidade
Além da língua em comum – embora se fale outros dialetos no país - as condições climáticas, a comida, a música e o povo receptivo, segundo o casal, todos muito próximos da cultura brasileira tornam a adaptação fácil.Além disso, entre as principais vantagens da vida em Maputo, Thaís cita a segurança. “Mas o que mais vale para nós é a qualidade de vida. Não tem violência, assaltos a banco, nada disso. Isso nos faz querer ficar aqui por mais dois, três anos no mínimo. Também o fato de estarmos próximos de outros países, poder passar um final de semana na Suazilândia, outro na África do Sul.”
Já para Gabriel, viver numa cidade “globalizada” e conviver com diferentes nacionalidades é um dos aspectos mais interessantes do país. “Trabalho com moçambicanos, portugueses, tenho amigos americanos, holandeses, belgas. Você ter conhecimento do mundo todo é a coisa que mais gratifica.”
Assistência à saúde Já para Gabriel, viver numa cidade “globalizada” e conviver com diferentes nacionalidades é um dos aspectos mais interessantes do país. “Trabalho com moçambicanos, portugueses, tenho amigos americanos, holandeses, belgas. Você ter conhecimento do mundo todo é a coisa que mais gratifica.”
A opinião do casal converge quando o assunto são as desvantagens da vida em Maputo: a “precária” assistência à saúde. “Não tem assistência à saúde. Todo mundo que precisa fazer um hemograma vai para a África do Sul. Você fica muito vulnerável”, afirma Thaís.
Quando comparados, diz Gabriel, aspectos como assistência à saúde e trânsito, por exemplo, fazem o Brasil parecer um país “de primeiro mundo”.
Aids
A brasileira, que trabalha como consultora para algumas organizações internacionais, como o Unicef, conhece mais de perto a realidade do país. Quando falava com a reportagem na última terça (1°), Dia Mundial de Luta Contra a Aids, Thaís participava de uma feira da saúde na Ilha de Benguerra Vilankulos, a poucos quilômetros de Maputo.
De acordo com ela, muitos fatores culturais ainda dificultam o combate à doença no continente, o que faz com que a África Subsaariana continue sendo o local que concentra mais registros da doença segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).
“A questão de gênero aqui é muito delicada. O homem não aceita usar preservativo, não aceitam picar o dedo para fazer o teste. Existe um teste pela saliva que o Ministério da Saúde está tentando implementar, mas ainda é muito caro”, conta.
Além disso, ela cita o fator cultural. “Numa das províncias que eu fui, as pessoas não aceitavam tirar o sangue porque isso retiraria vitamina delas”, diz. “Por isso, por mais esforço que se faça [no combate], as pessoas continuam morrendo de doenças como Aids, malária e diarréia.”
Custo de vida
Engana-se, no entanto, quem pensa que a vida no país – que é apenas a 124ª economia do mundo – pode ser barata para o imigrante brasileiro. Com um mercado imobiliário restrito, o aluguel de um apartamento dos anos 70 em Maputo não sai por menos de US$ 1,5 mil, segundo os brasileiros.
Com uma economia fortemente baseada nos produtos importados, segundo Thaís, os moçambicanos também enfrentam uma espécie de hiperinflação sazonal no final do ano, quando boa parte dos comerciantes brasileiros, africanos e portugueses deixam o país. “O preço de muitas coisas triplica quando chega o final do ano. É o que está acontecendo agora”, conta.
Blog
Para trocar estas e outras experiências sobre a vida em Moçambique, o casal criou o blog “Tá p...? Vá pra Maputo”, em que postam desde fotos de viagens a receitas culinárias típicas. O site pessoal acabou os aproximando de outros estrangeiros e brasileiros interessados no país.
“Queríamos dividir com nossos amigos o que estávamos vendo de verdade, tirar o estigma de que íramos viver no mato. Teve um colega que estava vivendo em Angola e por conta do blog entrou em contato e veio para Maputo. Acabou ficando por aqui”, conta Thaís.
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