Friday, April 13, 2012

Lagrimas caiem teimosamente



Chegou novamente aquele dia que involuntariamente caem lagrimas de meus olhos.

É impossivel evitar, é como que um relógio biologico que mesmo estando eu distraido ele se activa sozinho e começa logo a fazer seus efeitos.

Talvez eu poderia ter evitado. Este sentimento não sai de mim. Se ao menos eu tivesse adivinhado que aqueles médicos não teriam assistido ele durante as 3 horas que la estivemos. Ai como eu detesto o Hospital Militar....

Ohhh Céus eu não consigo evitar sentir mesmo agora a mão dele forte me agarrando no meu braço esquerdo, me soltando de tempos em tempos para agarrar com mais força a própria cabeça... Sim eu sei que ele esta passando por uma dor terrivel.. mas estes médicos parecem insensiveis... Dizem que já não ha lugar no hospital... Ele esta ali naquela maka toda pequena...

É incrivel, mas ele tem irmãos funcionários deste Hospital. Eles não podem vir ao hospital porque já é muito tarde...

Mas eu não posso continuar ver-lo a sofrer assim, vou levar-lo a uma Clinica privada...

A ambulância chegou... 10 min se passam e finalmente ele é recebido por médicos... Tranquilizantes...

Os médicos precisam de um médicamento com urgência que a Clínica não tem disponivel.

São agora 3h30 da manha... Estamos na farmácia do Kinaxixe... não tem... junto a RNA... não tem... Alvalade... não tem... Prenda... não tem...

São quase 5h00 vamos ao Mercado dos kwanzas... para.. vamos perguntar nesta farmácia aqui no Palanca que está a abrir agora... Graças a Deus!!!!!!....

Intermitentes Ligados... Luzes acesas.. Ja há engarrafamento na cidade... São 6h da manha... Chegamos a clinica... Ele entrou para levar os medicamentos e eu fui confortar elas... Não se preucupem mais, finalmente encontramos o medicamento...

Ele voltou... E disse precisamos todos ir para casa... E elas: porque???... Precisamos ir...

Estamos no carro... Eu sinto que algo esta errado... Sim está muito errado... eu preciso descer... preciso voltar para a clinica... preciso ver-lo... eu não o vi... E oiço choros no carro... Nãooooo... não pode ser...

Chegamos em casa, ele me pede para descer do carro e abrir a garagem para que possa entrar com o carro no quintal...

Porque??? Você nunca entrou com seu carro em nossa casa???...(Eu não disse. Apenas pensei comigo mesmo)... O carro entrou... e o padrinho desceu do carro e deu-me um abraço muito forte e disse:

TENS DE SER MUITO FORTE

Meu DEUS... o meu pai faleceu...

13 de Abril de 2005..............

2 comments:

Marlene Deque said...

Belíssimas palavras...vou seguir este blog, gostei imenso!

Wils@n - O Tal said...

Ola Marlene,

Obrigado por seguir o meu blog. Gostei de ver o seu, também a estou seguindo. Sucessos.