Ja la vão varios anos desde que pela primeira vez plantei um papel em um placard mural. Nesta altura faziamos um pequeno jornal mural na capela de Santo Inácio, talvez não muito informativo, mas ainda assim conseguiu conquistar seu espaço entre os adolescentes e jovens. Não é que alguma vez tivesse apreendido como elaborar um jornal mural ou escrever para o publico, mas o desafio de fazer-lo foi muito mais interessante do que questionar a mim mesmo até que ponto estava preparado para tal.
Na altura ja se fazia jornal mural em Santo Inacio, e Carlos Cardoso “Carlitos” ja era um dos jovens mais activos da comunidade. Por indicação de um seminarista, Carlitos veio ter comigo e disse que não existia outra pessoa em Santo Inácio que pudesse tornar aquela primeira edição do placard informativo que havia sido feito em alusão as festividades do padroeiro do centro, um jornal se não eu. Claro que ele so poderia estar exagerando, mas a verdade é que ele queria ver-me mais envolvido nas actividades do Centro e definitivamente encontrou algo porque me amarrar.
Poucas semanas depois, com o apoio de Elizeu Q, reunimos uma pequena equipe que tornou-se no então corpo editorial do Jornal Mural. A primeira edição soou que nem uma bomba. Não se estava habituado no centro a ter jornais murais que que elaborassem artigos. Até aquela altura, jornais murais eram mais a base de recortes e adornos. Mas para quebrar a monotomia, o novo mural aparece com textos originais e computarizados em vez de dactilografados. E mais ainda, com artigos sobre a realidade do centro envolvendo gente que todos na comunidade conheciam.
Mas se calhar nada gerou mais conversa naquelas semanas, como foi o editorial daquela edição. No editorial eu chamava atenção a crise de liderança juvenil no centro, procurei relacionar tal assunto, ao facto das gerações anteriores não terem sido capazes de traçar um certo programa de continuidade que viabilizasse a continuidade do activismo juvenil e organizativo que era caracteristico em Santo Inicio no final da decada de 80 e principios de 90. É bem verdade que na altura eu era um fedelho, mas ainda assim pude maravilhar-me com as espectaculares tardes recreativas, presenciar os Kotas sairem para as mais faladas excursões ou ainda ouvir os padres comentarem o sucesso que foi esta ou aquela actividade dos jovens de Santo Inacio em outras paroquias.
Confesso que de inicio fiquei assustado quando os kotas das diversas gerações que eu mencionava nos editorias mandavam recados para que me disponibilizasse a sentar-me com eles. Mas a verdade é que a partir de tais conversas pude entender melhor certos aspectos do associativismo juvenil e continuar dando meu apoio. Kota Mario foi um dos que desde a primeira hora procurou-me. Sentou-se comigo, justificou-se e esclareceu que da geração dele a geração do Paixão (que ao fim ao cabo é a mesma) a transição funcionou perfeitamente. Já o Paixão, disse o mesmo em relação ao ter passado as pastas aos Carlitos, Diogoas e Elizeus. Mas a verdade é que na faze em que eu me refiro, por ali entre 1995 a 1998 existia uma grande ausencia de associativismo juvenil em Santo Inacio. No entanto, não sei até que ponto estas conversa e escritos influenciou alguma coisa, mas a verdade é que por esta mesma altura as coisas começaram a recompor-se.
Basicamente existiam apenas o grupo dos Acólitos, a Cruzada e estava a nascer o grupo do MEJ. O grupo do MEJ, ao meu ver foi um dos maiores impulsionadores da nova era da juventude de S.I. Primeiro porque apesar de ser liderado por um jovem que na altura não tinha experiencia nenhuma em associativismo juvenil, conseguiu congregar muita daquela juventude que estava de saida da igreja. De saida porque na maior parte das vezes, depois de frequentarem a catequese, a maior parte dos jovens após uns poucos anos ou semanas de regularidade na missa, pura e simplemente desaparecia da Igreja. Portanto Eliseu Quituxi fez um excelente trabalho ao procurar convencer estes jovens a enquadrar-se no grupo do MEJ. E mais, o grupo do MEJ na altura acolhia a maioria dos jovens que tinham instrução ao nivel do esino médio, o que por si elevava o debate no grupo a um nivel interessante.
Talvez inspirados pela mesma popularidade do grupo do MEJ, surge pouco tempo depois o Grupo do Protocolo, que poucos anos depois mudou sua denominação para grupo do Acolhimento. O surgimento deste grupo tem tambem uma historia muito interessante, envolvendo uma disputa eleitoral muito conturbada mas que veio trazer outra dinamica ao interesse na liderança juvenil. Não poderia deixar de mencionar aqui a existência do grupo coral juvenil, que apesar de todas estas situações sobreviveu, apesar de reduzido a grupo feminino por aquela altura. Vozes como da Jú, Marlene, Milena e Lina animaram as manhas de domingo e noites de missa solene com a mesma doçura e beleza até terem sido “reformadas”.
Esta dinamica toda que aconteceu por volta dos anos 97 e 98 propriciou a revitalização do grupo dos jovens, uma vez que a juventude estava novamente de volta ao centro. No entanto os factos seriam omitidos se não mencionasse o grande esforço do Manuel com o seu “Mano Show”... Mas sobre isto preciso escrever um outro artigo porque me pare que as origens destas actividades passa por mencionar os grupos jovens de oração e outras actividades. Mas a certeza que fica é que após uma certa crise no associativismo juvenil, os jovens de Santo Inácio poderam resurgir e nomes como, Carlitos, Elizeu, Diogo e Mano não podem de forma alguma ser omitidos.
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