A um tempo a esta parte que se tornou moda em Angola classificar comportamentos "estranhos" como atípicos. A referência atípica advem da afirmação de um jurista nacional que ao não poder relatar a nova constituição Angolana a modelos em vigor no mundo preferiu simplificar chamando-a de atípica.
Desde então qualquer comportamento que se disvirtue do que é normal ou até mesmo correcto mas que seje pratica corrente é simplesmente justificado como sendo atípico. Nos dias de hoje o atípico significa aceitavel.
Por exemplo, quando um taxista é intepelado por um agente de transito alegadamente por excesso de lotação, este entrega entre os seus documentos e a identificação de um outro policia que lhe da cobertura mais "um saldo". Comportamento errado? Não. Apenas atípico.
A função pública Angolana é atipicamente burocratizada. Para participar de uma simples candidatura para emprego nas instituições públicas, antes mesmo da pré-seleção é exigido um par de documentos, atestado médico, registo criminal, numero de contribuinte, cópia do bilhete autenticada... entre outros. Para obtenção de cada um destes documentos o cidadão tem de desembolsar avultadas e pouco simpaticas taxas de justiça, isto sem contar o facto de ter de levar invariavelmente não menos do que parte do dia para obter o mesmo. Em geral as vagas são preenchidas por pouco mais de 1 candidato para cada 100 candidatos, mas os cofres das instituições de justiça aborrotam com as humildes contriuições dos sofredores contribuintes. Realidade atípica.
Mais atípico ainda é a forma como o processamento destes documentos ocorre nas instituições. Invariavelmente nos notários e cartórios não existe sistema pelo que o cidadão precisa ir passando para que seje atendido. O atestado médico em geral é um documento ja preenchido em que a secretária do hospital em referência apenas passa o nome e restantes dados do cidadão "apto para serviço" sem que mesmo se faça presente ou se faça exame algum. O registo criminal... bem este ao menos parece que se esta no bom caminho.
Mais atípico ainda é a reação dos cidadãos perante tanta atipicidade. Alguns como martires se entregam a porrada em protestos que começam a tornar-se moda. A maioria prefere aceitar tudo como normal. E eu????... Bem eu vou tomando nota de tanta atipicidade.
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