Saturday, February 18, 2012

"Estou cansado de fingir que Ashton não é uma porcaria"


Charlie Sheen leu-me os pensamentos.


Em mais uma entrevista polêmica concedida ao vivo ao tabloide TMZ, Charlie Sheen declara que está "cansado de fingir que [Two and a Half Men] não está uma droga, cansado de fingir que Ashton [Kutcher] não é uma porcaria, cansado de fingir que eles não estão completamente sem rumo”.

Segundo ator, o grande problema da série foi ter tirado o seu âncora de cena — ou seja, ele, o Charlie Sheen: “quando você tira seu âncora, o que eles estupidamente fizeram, você fica sem rumo”.

Os entrevistadores lembraram que, no começo da nona temporada, Sheen tinha dito que quem tomara seu lugar na série, Ashton Kutcher, era um bom ator que se sairia muito bem em Two and Half Men. O que mudou desde então? “Não é nada pessoal”, respondeu Charlie, “eu apenas me sinto mal por ele, ele tem que trabalhar com um péssimo roteiro”.

“Não tem nada no roteiro da série que seja bom, original ou interessante. Eu esqueço que a série está no ar”, disse ainda o ator. “É como deixar o seu filho com alguém e não estarem cuidando muito bem dele”.

Segundo o site, esta declaração do ator vem logo depois da Warner Bros. ter legalmente ameaçado processá-lo por ele ter usado uma imagem sua em Two and a Half Men para promover sua nova comédia, Anger Management.

Agora é esperar para ver a resposta de Kutcher ou Chuck Lorre, produtor de Two and a Half Men, a estas declarações: seja com uma réplica ao ator, ou simplesmente ignorando-o.

Saturday, February 4, 2012

Uma opinião "demasiado" pessoal



Recentemente o jornalista Adebayo Vunge viu um artigo seu ser retomado pelo site Club K. O artigo teve uma grande audiência e reacção dos leitores. Tanto no site oficial do club de notícias, quanto na sua pagína no facebook dezenas de leitores reagiram negativamente ao texto do jornalista.

Pessoalmente, acho o texto interessante e já ha muito que esperava que tal debate se levantasse. Mas tal como a maioria dos leitores que reagiram negativamente ao artigo, lamento a linguagem usada por Adebayo Vunge para caracterizar este estilo de dança e música. Penso que não é certo chamar o kuduro de "arte menor" e outros tantos adjectivos, quando na verdade é um movimento que tem estado a conquistar espaço por mérito próprio e a destacar-se entre os vários estilos nacionais.

Dizer que o kuduro é a unica arte pela qual Angola se faz representar no mundo, penso que não corresponde totalmente com a verdade. Não é pelo facto de em duas ocasiões ter sido surpreendido por brasileiros a cantar kuduro para uma audiência em que se incluiam Angolanos, que signifique que o kuduro seje o unico estilo angolano conhecido além fronteiras. Também já estive em algumas partes do mundo e sei que os estrangeiros admiram-nos mais pela Kizomba e o Semba do que por outros estilos de música.

Nos Estados Unidos ja pude comprar Cd´s de Paulo Flores, Bonga, Valdemar Bastos e Irmãos Kafala. Recentemente encontrei a venda no Amazon algumas coletaneas de Kuduro e músicas dos anos pré independência. Penso que isto é apenas uma constatação de que a música angolana além fronteiras não se faz representar apenas pelo kuduro.

O Kuduro começa a tornar-se conhecido internacionalmente é verdade. Mas é bom que sejamos sinceros e admitamos que o que realmente promoveu o nome a nivel internacional (sobretudo na América e em outros países em que a música angolana não tem tido espaço) não foram os grandes feitos dos nossos musicos. Antes pelo contrário, foi sobretudo o grande hit de Don Omar "Danza Kuduro". E para sermos ainda mais correctos, temos de convier que tal música tem muito pouco haver com aquilo que conheçemos como kuduro. Mas no entanto, não deve ser dificil admitir que aproximadamente 305 milhões de vizualizações no youtube é mais do que publicidade suficiente para popularizar o tema central do hit de Don Omar.


E mais, o jornalista talvez tenha cometido mais um outro deslize no seu texto quando se refere a estilos músicas como a Bossa Nova, Jazz e Samba. Penso que não ha como misturar o Samba a músicas clássicas como Bossa Nova e Jazz e considerar o Hip Hop e Funk como músicas ou danças desprovidas de conteúdo suficiente para tornar-las referências ou simbolicas. Que critérios aqui foram considerados para promover o Samba e rebaixar tudo o resto?


Faz todo sentido que o debate em relação ao Kuduro deva continuar. É preciso que se deia seguimento ao movimento e se ajude a tornar esta música e estilo de dança uma cultura.

Para muitos o que se faz no Kuduro em termos de melodia, instrumental e mensagem esta bem. Eu sou daqueles que aprecio o ritmo mas acho que pode se fazer melhor no sentido de se criar um padrão e tornar a música mais apelativa. Existem alguns Kuduros com instrumentais que no meu ponto de vista são excelentes, mas com mensagens negativas. Penso que isto acontece em qualquer estilo de música. É uma questão de criatividade.

Não obstante isto, penso que existe aqui uma grande oportunidade, para quem de direito, apoiar os produtores no sentido de darem uma direção ao Kuduro que possa tornar-lo um estilo de música e dança em que qualquer angolano, inclusive Adebayo Vunge, se torne orgulhoso ao ouvir tocar da próxima vez que estiver no estrangeiro e não só.

Kuduro - Um debate entre a paixão e a razão


Recentemente em Luanda realizou-se o 3.º Festiva Internacional de Kuduro. A julgar pelos comentários nas redes sociais, o festival deve ter sido o maior sucesso.

Tive a oportunidade de ver algumas imagens do evento especificamente, parte da actuação do Kudurista Cabo Snoop. As imagens da Televisão Publica Angolana mostraram um público muito disciplinado, diria mesmo "demasiado ordeiro". Ja estive em algums espectaculos públicos em Luanda e em alguns deles acabei mesmo arrependido de ter ido. Mas este pareceu-me diferente...

Mas no entanto, o motivo que movimentou mais comentários nas redes sociais não foi a qualidade do espectaculo, muito menos o comportamento do público. O que na verdade movimentou a opinião pública e continua movimentando sãos os comentários de algumas pessoas que não reconhecem no Kuduro um estilo músical com estatuto suficiente para representar o país na arena internacional.