Wednesday, December 30, 2009

Avatares e Second Life - O mundo para alem realidade


Recentemente assisti ao filme Avatar, um sucesso de bilheteria como ja nos habituou o escritor, realizador, productor e inventor James Cameron. Para quem não se lembra dele basta falarmos de sucessos como o Exterminador, o Extraterrestres ou mesmo o marcante Titanic, todos eles sucessos de bilheteira produzidos por este brilhante genio do cinema. O filme que retrata o conflito entre o imperalismo e a biodiversidade, é um revolucionario filme de acção e aventura que leva a audiencia ao suspance e a viver cada segundo da trama envolta entre a o mundo real e o virtual.

Na mistura entre o mundo virtual e o real os Avatares são os tais elos de ligação ou mesmo conversores entre os dois mundo. De acordo a tematica do filme, avatares são formas desenvolvidas geneticamente nos laboratorios para que humanos possam locomover-se na região de Pandora, o tal mundo virtual. A mim não interessa tanto discutir o plot do filme em si, mas sim a ideia dos avatares e deste mundo virtual que a cada dia se torna cada vez mais popular.

Existe na Internet uma comunidade online que se chama Second Life. Second Life é um mundo virtual desenvolvido pelos Laboratorios Linden. Actualmente mais de 800 000 pessoas são tidas como residentes deste mundo. São chamados residentes todos os usuários do programa e incluem-se entre eles individuais, empresas, igrejas e inclusive governos. A titulo de exemplo, países como a Colombia, Albania, Servia e Suiça contam-se entre os que estabeleceram embaixadas no second Life. Apesar dos caracters e animações que se pode encontrar neste mundo virtual, não se pode considerar o Second Life um jogo, antes pelo contrario, Second Life é mesmo um mundo em paralelo. É um mundo em que as pessoas podem fantasiar-se, viver a realidade segundo a personalidade que elas queiram incorporar, escolhendo as caracteristicas fisicas que quiserem dar a seu corpo, usar o vestuário, fazer compras de artigos, propriedades, transacionar em bancos, ir ao cinema assistir a filmes do mundo real, ir a concertos musicais e tanta outras coisas que se possa imaginar.

O usuário poderá sentir-se frustrado no inicio ao conectar-se no SL  parece meio complicado usar as funcionalidasde do programa, mas o ideal mesmo é perder algum tempo, ir experimentando de tudo, e não deixar de perguntar. Ira encontrar gente de todo mundo, em geral o inglês é a lingua mais comum, mas sempre poderá deslocar-se em comunidades de falantes da lingua portuguesa ou qualquer outra. E esta é exactamente uma das maiores vantagens do SL em relação a qualquer outro programa de chatting. Primeiro é que o residente ira encontrar várias pessoas, dependendo do local e hora do dia em que estiver conectado dispostas a dialogar sem ter de cumprir muitas formalidades. E depois SL é uma grande oportunidade de praticar conhecimentos de linguas.

Continua...



Saturday, December 12, 2009

Moçambique desmente e confirma estigmas sobre África, dizem brasileiros -- Parte II

Proximidade
Além da língua em comum – embora se fale outros dialetos no país - as condições climáticas, a comida, a música e o povo receptivo, segundo o casal, todos muito próximos da cultura brasileira tornam a adaptação fácil.
Além disso, entre as principais vantagens da vida em Maputo, Thaís cita a segurança. “Mas o que mais vale para nós é a qualidade de vida. Não tem violência, assaltos a banco, nada disso. Isso nos faz querer ficar aqui por mais dois, três anos no mínimo. Também o fato de estarmos próximos de outros países, poder passar um final de semana na Suazilândia, outro na África do Sul.”
Já para Gabriel, viver numa cidade “globalizada” e conviver com diferentes nacionalidades é um dos aspectos mais interessantes do país. “Trabalho com moçambicanos, portugueses, tenho amigos americanos, holandeses, belgas. Você ter conhecimento do mundo todo é a coisa que mais gratifica.”

Assistência à saúde 
A opinião do casal converge quando o assunto são as desvantagens da vida em Maputo: a “precária” assistência à saúde. “Não tem assistência à saúde. Todo mundo que precisa fazer um hemograma vai para a África do Sul. Você fica muito vulnerável”, afirma Thaís.
Quando comparados, diz Gabriel, aspectos como assistência à saúde e trânsito, por exemplo, fazem o Brasil parecer um país “de primeiro mundo”.

Aids
A brasileira, que trabalha como consultora para algumas organizações internacionais, como o Unicef, conhece mais de perto a realidade do país. Quando falava com a reportagem na última terça (1°), Dia Mundial de Luta Contra a Aids, Thaís participava de uma feira da saúde na Ilha de Benguerra Vilankulos, a poucos quilômetros de Maputo.
De acordo com ela, muitos fatores culturais ainda dificultam o combate à doença no continente, o que faz com que a África Subsaariana continue sendo o local que concentra mais registros da doença segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).
“A questão de gênero aqui é muito delicada. O homem não aceita usar preservativo, não aceitam picar o dedo para fazer o teste. Existe um teste pela saliva que o Ministério da Saúde está tentando implementar, mas ainda é muito caro”, conta.
Além disso, ela cita o fator cultural. “Numa das províncias que eu fui, as pessoas não aceitavam tirar o sangue porque isso retiraria vitamina delas”, diz. “Por isso, por mais esforço que se faça [no combate], as pessoas continuam morrendo de doenças como Aids, malária e diarréia.”

Custo de vida
Engana-se, no entanto, quem pensa que a vida no país – que é apenas a 124ª economia do mundo – pode ser barata para o imigrante brasileiro. Com um mercado imobiliário restrito, o aluguel de um apartamento dos anos 70 em Maputo não sai por menos de US$ 1,5 mil, segundo os brasileiros.
Com uma economia fortemente baseada nos produtos importados, segundo Thaís, os moçambicanos também enfrentam uma espécie de hiperinflação sazonal no final do ano, quando boa parte dos comerciantes brasileiros, africanos e portugueses deixam o país. “O preço de muitas coisas triplica quando chega o final do ano. É o que está acontecendo agora”, conta.

Blog
Para trocar estas e outras experiências sobre a vida em Moçambique, o casal criou o blog “Tá p...? Vá pra Maputo”, em que postam desde fotos de viagens a receitas culinárias típicas. O site pessoal acabou os aproximando de outros estrangeiros e brasileiros interessados no país.
“Queríamos dividir com nossos amigos o que estávamos vendo de verdade, tirar o estigma de que íramos viver no mato. Teve um colega que estava vivendo em Angola e por conta do blog entrou em contato e veio para Maputo. Acabou ficando por aqui”, conta Thaís.

Sunday, December 6, 2009

Moçambique desmente e confirma estigmas sobre África, dizem brasileiros -- Parte I

Texto sobre um casal brasileiro que decide fazer a sua vida em Moçambique, que apesar de ser um país que conhece muito bem o Brasil, surpreende os autores do texto porque em geral os brasileiros têm um desconhecimento total de Moçambique.

O texto chamou-me a atenção pelo facto de conviver com muitos brasileiros que dizem a mesma coisa em relação a Angola. Eles quase não sabem nada sobre Angola, inclusive surpreendem-se ao saber que os Angolanos falam portugues. Publicarei este texto em varias partes, sendo esta a parte I.

Quando anunciaram que estavam fazendo as malas e que iam deixar São Paulo para viver em Maputo, o casal Gabriel, 30, e Thaís Ferreira, 25, viram familiares e amigos assustados com o destino. “A maioria dos nossos amigos não sabia nem onde ficava no mapa”, lembra ela.



Hoje, um ano e meio após ter desembarcado, três meses depois do marido, na capital de Moçambique, ela se pergunta por que o país da costa oeste africana, ex-colônia portuguesa, é tão desconhecido dos brasileiros.


“Eles conhecem muito do Brasil pelas novelas, o futebol, a música, e nós não sabemos nada sobre eles. Às vezes a gente sai à noite em Maputo, ouve Nando Reis, e me pergunto se ele imagina que a música dele faz sucesso aqui”, diz a bacharel em relações internacionais.

No entanto, foi mais o acaso e não uma escolha, segundo Gabriel, que levou o casal, junto há sete anos, a viver no país. De volta de uma temporada na Itália, em 2007, Thaís começou a procurar emprego para os dois pela internet e uma agência de publicidade moçambicana se interessou pelo currículo de Gabriel, que é designer gráfico.

Uma vez no país, os dois dizem ter desmentido, mas também confirmado muitos dos estereótipos comuns que se têm no Brasil sobre países africanos. “Maputo é uma cidade urbana. Tem muitos restaurantes, outro universo do resto do país. Não dá pra comparar com São Paulo, mas é diferente. Senti falta da pluralidade, de ter opções. Aqui, por exemplo, só tem dois cinemas e um deles passa o que já passou no anterior”, conta Thaís.

“As pessoas tem uma ideia da África de que não tem nada. Mas tem uma estrutura como em qualquer lugar do mundo. Por outro lado, tem coisas que a gente nem cogita que possam faltar e complicam todo o sistema”, afirma Gabriel. Ele cita como exemplo uma estrada é uma das principais do país, destruída pela cheia de um rio, que levou quase um ano para ser recuperada.

Aos poucos, familiares e amigos também desmistificaram a imagem comum sobre a África. “Eu recebi minha mãe e meu irmão em julho e eles ficaram admirados: não sabiam que a cidade era assim, que tinha parques, restaurante japonês...”, conta Thaís.

Por outro lado, ela conta, alguns clichês persistem: “Nas eleições para presidente, em outubro, saiu uma reportagem dizendo que os eleitores foram votar em um local e não puderam porque [a sessão] foi invadida por um elefante”.

Continua....